As luvas são consideradas um EPI (equipamento de proteção individual) quando protegem contra um ou mais riscos, tais como os provenientes de agentes mecânicos (abrasivos, escoriantes, cortantes e/ou perfurantes), agentes de origem química, agentes biológicos, agentes térmicos (calor ou frio), choques elétricos radiações ionizantes, etc.
Dentre eles, os mais presentes nas atividades corriqueiras, sejam profissionais ou domésticas, são os riscos mecânicos, biológicos e químicos.
O processo de certificação de um EPI está relacionado ao tipo de equpamento e ao risco contra o qual ele protege. As normas utilizadas no Brasil para a certificação de luvas contra riscos mecânicos, químicos e/ou biológicos são as seguintes:
- ISO 21420 – requisitos gerais
- ISO 23388 – riscos mecânicos
- ABNT NBR ISO 374-1 – riscos químicos
- ABNT NBR ISO 374-5 – riscos biológicos
* A norma EN está em transição para a norma ISO, e esse processo está sendo realizado de forma gradativa em nossas linhas de luvas e demais materiais.
Abaixo temos um detalhamento de cada uma destas normas:
ISO 21420 – requisitos gerais
Esta norma define os requisitos gerais de construção da luva, inocuidade, conforto, destreza, tamanho, marcações e informações de uso e conservação, dentro outros. Apesar de não haver índices classificatórios como nas normas ISO 23388 e ABNT NBR ISO 374, esta norma é a que determina se uma luva tem os requisitos mínimos para ser considerada um EPI.
ISO 23388 – riscos mecânicos
A norma ISO 23388 determina métodos e parâmetros para os ensaios mecânicos de abrasão, corte, rasgamento e perfuração em luvas de proteção.
Segue abaixo pictograma, o qual tem exibição obrigatória na luva e sua respectiva embalagem.
É muito importante a sua interpretação pois ele indica a performance do produto em cada um dos ensaios mecânicos. Um número maior (ou uma letra mais longe de A) indica uma melhor performance.

Vale lembrar que os resultados dos ensaios são somente indicadores de performance em determinado risco mecânico e parâmetros de comparação entre diferentes luvas. A resistência mecânica em determinada aplicação só pode seraferida através da utilização da luva nas tarefas inerentes a esta aplicação.
ABNT NBR ISO 374-1 – riscos químicos
A norma ABNT NBR ISO 374-1 determina métodos e parâmetros para os ensaios de permeabilidade da luva quando exposta a diferentes produtos químicos. Os produtos indicados pela norma são os do quadro abaixo:
| LETRA | PRODUTO QUÍMICO | NÚMERO CAS |
| A | Metanol | 67-56-1 |
| B | Acetona | 67-64-1 |
| C | Acetonitrila | 75-05-8 |
| D | Diclorometano | 75-09-2 |
| E | Dissulfeto de Carbono | 75-15-0 |
| F | Tolueno | 108-88-3 |
| G | Dietilamina | 109-89-7 |
| H | Tetrahidrofurano | 109-99-9 |
| I | Acetato etilico | 141-78-6 |
| J | n-Heptano | 142-85-5 |
| K | Hidróxido de sódio 40% | 1310-73-2 |
| L | Ácido sulfúrico 96% | 7664-93-9 |
| M | Ácido Nítrico 65% | 7697-37-2 |
| N | Ácido Acético 99% | 1336-21-6 |
| O | Amônia 25% | 124-43-6 |
| P | Peróxido de Hidrogênio 30% | 7722-84-1 |
| S | Ácido Fluorídrico 40% | 7664-39-3 |
| T | Formaldeído 37% | 50-00-0 |
Segue abaixo tabela com os três tipos de proteção contra riscos químicos e seus requerimentos mínimos:
| Tipo de Luva | Requerimento | Marcação |
| Tipo A | Resistência a Penetração Tempo de Permeação ≥ 30 para pelo menos 6 QUÍMICOS |
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| Tipo B | Resistência a Penetração Tempo de Permeação ≥ 30 para pelo menos 3 QUÍMICOS |
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| Tipo C | Resistência a Penetração Tempo de Permeação ≥ 10 para pelo menos 1 QUÍMICOS |
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A leitura do pictograma se dá inicialmente pela identificação do tipo de luva, sendo que o tipo A oferece proteção superior, o tipo B proteção mediana e o tipo C proteção básica. Em seguida verificam-se as letras abaixo do pictograma, as quais identificam os produtos químicos aprovados nos ensaios de permeabilidade química. A tabela de produtos químicos indicados na norma faz a correlação entre o nome do produto químico e a letra que o identifica.
Lembrando que os resultados obtidos nos ensaios são somente indicadores de performance no ensaio de permeabilidade para determinado produto químico, além de ser parâmetro de comparação entre diferentes luvas. A resistência química para determinado produto químico só pode ser aferida através da utilização da luva nas tarefas inerentes a esta aplicação.



